4.2 Estratégia de Ensino Adoptada

De acordo com o especificado na Ficha de Unidade Curricular (FUC) de TRP, pretende-se que com a realização da disciplina os alunos atinjam como objectivos a aquisição de conhecimentos e competências na área de reconhecimento de padrões. No final da disciplina os alunos irão ter conhecimentos adequados (Técnicas e Tecnologias) para a concepção, desenvolvimento e implementação de um Projecto de Reconhecimento de Padrões em múltiplos cenários do mundo real (Bioinformática, Medicina, Gestão de Informação, etc.).

Tendo como pano de fundo os objectivos da disciplina e as restrições apontadas na secção anterior parece-nos essencial direccionar os esforços ao longo do curso das actividades lectivas para a elaboração do Projecto de Reconhecimento de Padrões, bem como para a realização de Seminários. No entanto, as aulas práticas laboratoriais, com a realização de trabalhos sobre os vários tópicos da Teórica assumem também um papel fulcral, de preparação do Projecto. Para além disso, a existência de um Exame final permite a avaliação de conhecimentos dos tópicos principais da cadeira. Se assim não fosse, existiria por parte dos alunos um enfoque no seu tema de Seminário e na cobertura dos tópicos específicos (em cada edição lectiva de TRP) do Projecto1 a desenvolver prejudicando alguns dos Objectivos de Aprendizagem enunciados na FUC.

Para se ter uma ideia mais concreta das estratégias adoptadas em cada uma das componentes descrevemo-las seguidamente, colocando também os seus objectivos de aprendizagem (cf. Tabela 2.6).

  1. Teóricas
    As aulas teóricas são aulas onde são transmitidos os conhecimentos (e ferramentas) para a resolução de problemas na área da Inteligência Computacional, mais especificamente em Reconhecimento de Padrões. A base teórica tem um fundamento matemático forte, sendo necessário o recurso a conhecimentos de Estatística, Álgebra, Análise e Estruturas Discretas. Alguns conceitos deste teor são revistos, antes de se apresentar as metodologias mais importantes. Apesar desta fase ser difícil, o recurso a contextos que lhes desperte o interesse (reconhecimento de fisionomias, reconhecimento de caracteres (manuscritos ou não), da voz, imagem, etc.) muitas vezes envolvendo vídeos, dá-lhes a motivação necessária para enfrentar uma disciplina que se apresenta desde logo com muitos desafios. As matérias com fundamentação matemática necessitarão de aprofundamento, desenvolvimento e prática quer nas aulas práticas quer extra aula de forma autónoma. Sendo uma matéria exigente, do ponto de vista matemático, recomendamos aos alunos, para além da consulta (leitura e estudo) da Bibliografia adoptada a utilização de papel e lápis para a compreensão dos algoritmos por detrás das metodologias/técnicas ensinadas. Para além disso, existe uma preocupação de guiar direccionadamente os alunos na Bibliografia, às vezes, com leitura mais incisiva de uma secção de um capítulo/artigo que possa promover a aquisição de conhecimentos. Este aspecto reforça grandemente os Objectivos de Aprendizagem dos grupos 1. e 2..
  2. Práticas Laboratoriais
    Aulas práticas são aulas laboratoriais (PL) onde através da experiência ou experimentação se comprovam e testam conceitos apresentados nas aulas teóricas. Com um cariz eminente prático e operacionalizante, serão apresentados muitos exemplos concretos para ilustrar os vários conceitos apresentados e clarificar ideias. Em horas de trabalho extra o aluno deverá preparar (e completar) os problemas/trabalhos que ficaram por executar. Nestas aulas, procura-se que haja um desfasamento mínimo em relação às aulas teóricas, embora este aspecto não seja tão importante como, por exemplo, numa UC do 1o ciclo. Para além disso, a calendarização dos Seminários (que se descrevem em baixo), e o seu escalonamento (temas e respectiva apresentação) é variável de ano para ano, o que às vezes de interpõe com um planeamento demasiado formatado das aulas práticas. As PL permitem consubstanciar em paralelo com o Projecto os Objectivos de Aprendizagem dos grupos 2. e 3..
  3. Seminários
    Desde logo, a disciplina foi desenhada com a realização de Seminários. Pareceu-nos que estes seriam determinantes para a especialização duma metodologia/técnica, o que tem vindo a ser demonstrado pela qualidade de alguns seminários apresentados, muitas vezes com recurso a resultados experimentais (mas nem sempre). Os alunos, têm-se preparado para os mesmos com mestria, o que por um lado não deixa de ser surpreendente, e por outro expectável, dado como se disse atrás, serem alunos de grande maturidade. Para além disso, contam já com uma grande experiência, dado a montante já terem feito (e apresentado) muitos trabalhos no decurso do MEI, no Departamento. Os seminários são assim muito importantes para reforço das competências dos grupos 2. e 4. (em particular o reforço da componente de comunicação oral) e ainda do grupo 5.. No primeiro ano de funcionamento da cadeira, 2006–2007, foi-lhes pedido além das Projecções da apresentação, um relatório escrito contendo os aspectos mais fortes/mais fracos das técnicas de reconhecimento de padrões usadas (e da sua aplicação num caso de estudo). Nos anos seguintes, não exigimos o relatório escrito, não só pela redundância mas também porque as Competências do grupo 4., na sua especialidade de comunicação escrita, estavam completamente asseguradas pela componente do projecto que a seguir se descreve. Só o número não muito elevado de alunos permitiu um acompanhamento talhado à medida de cada aluno e um apoio que de outra forma não teria sido, nem será possível.
  4. Projecto
    Assumimos na estratégia pedagógica uma forte componente Baseada em Projecto. Apesar de não subordinarmos todas as actividades lectivas às necessidades de aprendizagem que o projecto motiva, cremos ser a concepção, desenvolvimento e implementação do Projecto Final de TRP a força motriz de toda a disciplina. É com grande entusiasmo que os alunos se empenham nesta tarefa. Não existem metas definidas (nem a sua avaliação) como se sabe existirem noutras cadeiras. Existe sim, um acompanhamento permanente junto dos alunos, em que as metas são delineadas naturalmente, pelas fases distintas (e em sequência) em que se desenrola um projecto de TRP. Esta estratégia pretende direccionar os esforços de formação para a generalidade dos grupos de objectivos de aprendizagem, mas especialmente para os grupos 2., 3., e 5.. As competências de comunicação explicitadas no grupo 4., são também avaliadas perante a existência de um relatório (componente escrita) e de uma defesa do Projecto (componente oral).

São ainda de salientar alguns aspectos adicionais que podem ajudar a clarificar como decorre a disciplina do ponto de vista logístico. Para além disso, descrevem-se sumariamente, alguns aspectos da forma como decorrem as aulas, particularmente as de carácter expositivo.

São utilizadas complementarmente as duas Plataformas do Departamento, Web on Campus (WOC) e Moodle. A primeira, visa munir os alunos com todos os materiais electrónicos, como é habitual (e obrigatório) em todas as disciplinas na FCTUC. A segunda, além de permitir também as facilidades de edição (mas que não usamos nesta cadeira) tem duas características adicionais, do nosso ponto de vista, de aproveitar para uma cadeira com propósitos avançados como a de TRP. Essas características permitem: – realizar Foruns, onde os alunos discutem sobre temas relevantes, com possibilidade de Threads muitos úteis na clarificação de certos aspectos da matéria, entre outros; e – fazer upload dos Seminários/Projecto, o que do ponto de vista prático, é bastante vantajoso.

No que respeita às aulas expositivas, recorre-se ao uso das projecções que contêm os temas da unidade curricular; incentiva-se os alunos a tirar notas, quando se intercalam os momentos de projecção por computador com momentos em que se recorre à utilização do quadro. Também se procura intercalar momentos de exposição com a realização de exercícios de papel e lápis que facilitam a compreensão dos conteúdos e fomentam a sua participação.

Um nota final, quanto aos materiais de apoio aos alunos que se encontram em inglês: Projecções das Aulas Teóricas (Anexo G), Enunciados das Fichas Práticas (Anexo C), Enunciados das Provas (Anexo D), Enunciados dos Projectos (Anexo E) e Sumários (Anexo H) etc.. Quando existem alunos Erasmus nas aulas Teóricas, estas decorrem em Inglês. As aulas Práticas Laboratoriais, decorrem em Português, existindo acompanhamento individual, quando existem alunos estrangeiros. Em conformidade com o espírito de Bolonha, a unidade curricular de TRP está completamente adaptada a alunos de outras nacionalidades, vindo assim a cumprir um dos objectivos consignados na Declaração de Bolonha, a existência de um Ensino Superior aberto no Espaço Europeu.