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II - O quotidiano da Organização Aprendente

 

Uma cultura diferente

 

Ao embarcar nesta aventura, a organização metamorfoseia-se.

A questão é saber se a organização está preparada para ser borboleta ou continuar como lagarta!

No início a organização enfrentará alguns (aparentes) conflitos: há vontade de distribuir poder e autoridade mas também a necessidade de garantir disciplina e coordenação; há desejo de responder rapidamente às mudanças do ambiente mas continuar coerente e estável em termos de identidade e valores; pretende-se alta produtividade mas também alta criatividade. Parecerá uma tarefa impossível assegurar ambas as faces da moeda. Mas as 5 disciplinas encontrarão a resposta. Todavia, os gestores devem perguntar a si mesmos se estão dispostos a empenhar-se neste desafio, sabendo de antemão as dificuldades que encontrarão.

 

Como é então esta borboleta? Toda uma nova cultura emergirá:

- não haverá receio em revelar as nossas incertezas e em cometer erros, pois reconhece-se que estas são condições primordiais para um processo de aprendizagem.

- as pessoas e as suas ideias são valorizadas. Elas serão finalmente reconhecidas como parte integrante e activa da organização.

- valores como integridade, abertura, empenho e inteligência colectiva orientarão a organização e derrotarão a fragmentação, compromisso, espírito defensivo e medo que caracterizam as organizações tradicionais.

 

 

O novo papel dos líderes

 

 Uma "learning organization" é um desafio estimulante para os gestores.

Os gestores precisam do envolvimento de todas as pessoas da organização na edificação de uma cultura de aprendizagem colectiva e por outro lado têm que estar preparados para responder às expectativas, geradas por eles nessas pessoas, de influência nas decisões e práticas da empresa.

Uma série de novas capacidades e competências são exigidas ao gestor. O perfil do gestor expande-se: além do tradicional papel desempenhado controlando, motivando e avaliando pessoas, o gestor tem de aprender a ouvir, ponderar diferentes perspectivas (quem sabe se uma avalanche delas) e conciliar o que é melhor para a empresa com o que é melhor para os seus membros.

Apresenta-se-lhe o dilema entre não ter soluções ou ter demasiadas: num habitual esquema autoritário e hierárquico o gestor depende apenas de si próprio para encontrar a resposta aos seus problemas; numa "learning organization" terá muitas pessoas empenhadas em descobrir as respostas.

A segunda hipótese acaba por ser a melhor: à medida que a organização evolui na direcção de uma organização aprendente, a capacidade de ouvir dos gestores de topo e a capacidade de liderança dos outros membros da organização têm um crescimento convergente, satisfazendo ambos. Os segundos terão a liberdade de se envolverem com a avalanche e diluí-la antes de chegar aos primeiros que assim não ficam soterrados.

Acresce que, nos mercados de hoje, os problemas são extremamente complexos e frequentemente inter-funcionais ou inter-disciplinares. Seria uma ousada iniciativa (e provavelmente errada) tentar resolver estes problemas sozinho. Resta ao gestor reconhecer a necessidade de reunir equipas com conhecimento e mestria nas diferentes disciplinas em causa para compreender as interrelações existentes e encontrar as soluções.

Por fim, compete aos gestores ser um exemplo para as outras pessoas daquela que Louis van der Merwe considera a essência da liderança: "the ability to declare a position on an issue but remain open to influence" [8].

As 5 disciplinas são uma preciosa ajuda para que o gestor ganhe estas novas competências que lhe são exigidas. Primeiro, o gestor tem de conhecer para onde caminha (um gestor sem rumo reflecte-se numa empresa perdida) - personal mastery -; depois, deve defender as ideias que considera importantes, mas sempre mantendo-se aberto às perspectivas de outros - shared vision -; para compreender os outros e manter-se aberto a influências tem de balancear reflexão com inquirição - mental models - ; para aplicar, na empresa, o conhecimento gerado por esta compreensão precisa de saber as interrelações e forças existentes - systems thinking; e por fim, o trabalho e aprendizagem em equipa - team learning - será a base da evolução da empresa e é lhe que a incentive.

 

 

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