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Uma sessão de diálogo

O diálogo exige que os intervenientes tenham sensibilidade e respeito mútuo. Tipicamente, numa sessão de diálogo os intervenientes passarão por vários papéis: serão ouvidos ou terão que ouvir com atenção, discordarão das opiniões expostas sempre sem agressividade e explicitando o seu raciocínio ou verão as suas posições desafiadas por argumentos contrários aos seus (terão então de avaliar se concordam ou não com esses argumentos). Em suma, o diálogo deve ser considerado como uma partilha de saber e jamais como uma disputa pela posse da razão.

O diálogo é apenas um debate. Não há um objectivo de sair duma sessão com um plano para agir. Interessa a concentração dos intervenientes nos pensamentos, pessoais ou não, e não nas acções a tomar à posteriori.

Na sequência, o diálogo deve fomentar a inquirição, a procura de cenários e várias soluções para o problema que se discute. É alheia a este processo a necessidade de uma decisão (a palavra decisão vem do Latim decidere que significa "matar alternativas", ou seja, exactamente o que não se pretende durante um diálogo).

De seguida, exploraremos alguns aspectos que poderão contribuir para sessões de diálogo produtivas entre os membros de uma organização.

não se deve forçar alguém a participar numa sessão de diálogo. As pessoas devem estar presentes por sua vontade. Libertando o processo de diálogo das tradicionais imposições hierárquicas que caracterizam outras actividades nas empresas, ele será visto como algo diferente, onde à liberdade para participar segue-se a liberdade de expressão de opiniões e ideias.

Ouvir os outros não se limita a ouvir as suas palavras. Há que tentar "ouvir" as reacções das pessoas, compreender o seu comportamento e as razões que conduzem as suas palavras. "Ears operate at the speed of sound which is far slower than the speed of the light the eyes take" [5]

O diálogo coloca-nos perante as convicções e os pensamentos que tomamos como garantidos e que influenciam a nossa perspectiva do mundo. Ao questioná-las, num processo de inquirição colectiva, não só temos a oportunidade de mudar como mudar para melhor, aprendendo com as sugestões, conhecimentos e experiências de outros. Aquele que consegue tirar o máximo partido duma sessão de diálogo é capaz de ouvir os pensamentos dos outros, bem como os seus.

O diálogo encoraja as pessoas a suspender as suas convicções, ou seja, a não impor as suas convicções a outros mas também a não suprimir o que pensam. O diálogo é um ambiente seguro, pois não somos só nós que nos expomos, são todos os que participam.

É a altura certa para deitar na mesa os nossos pensamentos e deixar que outros os explorem. Alguns revelar-se-ão errados, outros ajudarão outras pessoas a questionar e melhorar os seus próprios pensamentos.

Esta "suspensão" compreende três fases: a primeira consiste em descobrir as crenças e suposições do indivíduo, eventualmente com a ajuda de outros que o levarão a reconhecer pensamentos que nunca tinha descoberto; a segunda passa por colocar o que descobriu perante os outros "dialogantes", descrevendo e explicando; a terceira passa por convidar a todos a explorar novas dimensões naquilo que você pensa e faz.

 

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