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Lisboa, Portugal 1994 Desenvolvimento de Programas Educativos Através de Engenharia de Software J.
Batista, ISCAA/CISUC, Portugal
Resumo Nas metodologias de produção de programas educativos [1-3] encontrámos dois problemas que ocorrem na fase de desenvolvimento: o desenvolvimento dos programas decorre em passos muito estanques, não sendo incentivadas retroacções correctivas e evolutivas; e os testes aos programas só podem ser realizados quando a sua implementação se encontra concluída. Como consequência não é possível, com base na concepção pedagógica de um programa educativo complexo, proceder de imediato à sua implementação sem correr um risco elevado de não se obter o programa desejado nem com a qualidade pretendida. Neste estudo analisamos a importância da aplicação da Engenharia de Software ao desenvolvimento de programas educativos, tendo em vista os dois problemas referidos. Analisamos metodologias de desenvolvimento, como a de cascata [4-5], a espiral de Boehm [6] e a prototipificação [7-8], e métodos para aplicação prática dessas metodologias, como os métodos estruturados [9-10] e os métodos orientados a objectos [11-15]. Da análise das metodologias e dos métodos resulta a proposta de desenvolver programas educativos através de prototipificação evolutiva com recurso, na sua aplicação, aos métodos orientados a objectos [16], dado que: a comunicação entre a equipa de desenvolvimento e os utilizadores é incentivada; o risco de os programas não se adaptarem aos alunos é minimizado; torna-se possível conciliar os diferentes modelos de análise; a transição dos modelos de análise para os de projecto e as retroacções correctivas são facilitadas; e a correspondência entre o mundo real e as especificações é mais directa. Dessas análises resulta também uma proposta específica, a de desenvolver os programas educativos de acordo com o que designámos por prototipificação continuadamente evolutiva [17], com a utilização de métodos orientados a objectos. Os conceitos básicos dessa proposta de desenvolvimento são os patamares de estabilidade, que traduzem o ponto de vista do conceptor/professor/aluno, e as fases de desenvolvimento, que traduzem o ponto de vista da equipa de desenvolvimento. Entre cada dois patamares de estabilidade ocorre um evento, que caracteriza um novo estado do programa educativo, e que inclui: apresentação do novo protótipo; teste de aceitação do novo protótipo junto da população alvo; elaboração de um documento de desenvolvimento para o protótipo seguinte, que inclua os novos requisitos; e negociação e estabelecimento de um contrato para o desenvolvimento do protótipo seguinte. Neste estudo especificamos ainda: o papel das entidades envolvidas nos eventos; a composição da equipa de desenvolvimento; os tipos de actividade que a equipa de desenvolvimento realiza durante cada patamar de estabilidade; e os tipos de actividade que o conceptor/professor/aluno realiza durante cada fase de desenvolvimento. Este processo de desenvolvimento apresenta duas características importantes: permite integrar novos requisitos que frequentemente surgem ao longo do desenvolvimento; e em vez de planear e gerir, de uma só vez, um grande projecto, apenas é necessário planear e gerir uma sucessão de pequenos projectos, tornando a gestão mais simples, e permitindo obter, em cada protótipo, níveis elevados de qualidade e satisfação. Referências
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