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DEI / FCTUC

Licenciatura em Engenharia Informática

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Análise Financeira de uma Empresa

 


 

Resumo

Palavras Chave

Introdução

                       Análise Financeira 

                       Elementos do balanço :
                                              Elementos do 1º membro do balanço (activo)

                                              Elementos do 2º membro do balanço (passivo)

                       Demonstração de resultados líquidos

                       Ciclos financeiros de uma empresa

                       cnica base da análise financeira: método dos rácios

Conclusões  

Referências

 


 

Resumo: Este artigo foca os pontos essenciais para a análise financeira de uma empresa. Uma análise financeira envolve duas fases: balanço e demonstração de resultados.

O balanço é representado por uma balança, na qual o 1º membro constitui o activo enquanto que no 2º membro temos o passivo.

Na demonstração de resultados é representada a situação financeira da empresa numa determinada  data.

Neste artigo são apresentados os ciclos financeiros de uma empresa, nos quais se obtêm a resultante financeira das decisões tomadas na empresa ao diferentes níveis.

Finalmente apresenta-se o método dos rácios como o procedimento que permite medir a capacidade que uma empresa tem de manter uma autonomia financeira.

Uma boa análise financeira permite que se detectem riscos e oportunidades a médio e longo prazo. Este é o primeiro passo para que uma empresa se imponha no mercado.

 

Palavras chave: Cash flow, fluxos monetários, fundo, balanço, demonstração de resultados, activo, passivo, investidor, empresário, empresas, capital, rácio, finanças, centrais de balanços.

 

 


 

 

Introdução:

 

Cash flow (fluxos monetários), fundo de maneio, custo, margem, rendibilidade ou valor são expressões correntes do vocabulário de gestão, tendo como ponto comum o facto de evocarem uma determinada visão parcial da empresa – a óptica financeira.
A teoria financeira é uma aplicação da teoria microeconómica da empresa, cujo objectivo é o da maximização do lucro. Ao deixar a gestão da informação financeira e o controlo quotidiano das finanças aos seus adjuntos, o director financeiro de amanhã poderá consagrar-se essencialmente à formulação estratégica e aos planos de financiamento dessa estratégia, em constante diálogo com o conselho de administração e os directores operacionais, desempenhando um papel importante nas fusões e aquisições em que o grupo participar. Os resultados da aplicação dos métodos e técnicas propostos pela teoria financeira são tão bons quanto a qualidade e a fiabilidade da informação utilizada, das previsões e dos pressupostos em que se baseiam.

Uma análise financeira deverá concluir se uma empresa tem ou não criado valor para os seus accionistas numa análise histórica, ou numa análise previsional em que se estima a criação de valor.

 

 




Análise Financeira

De modo a se efectuar uma análise financeira será necessário passar por duas fase distintas: o balanço e a demonstração de resultados.
O balanço é um documento contabilístico que expressa a situação patrimonial da empresa em determinada data: normalmente está associado ao dia 31 de Dezembro.
O conjunto de bens e direitos a receber constitui o Activo. O conjunto das obrigações a pagar constitui Passivo (na terminologia financeira prefere-se a expressão «capital alheio»). O capital próprio será aquilo que foi investido na empresa: descrevem-se os bens desde o menos para o mais líquido.
Na óptica empresarial, quanto mais baixo está o “risco” melhor, visto que implica mais capital próprio e menos capital alheio: a empresa fica menos dependente de outro capital. Quando o “risco” começa a subir o panorama torna-se mais perigoso, porque os capitais próprios estão a ser gastos até que se chega a um ponto que ultrapassa o capital próprio: o activo é menor  que capital alheio, levando a empresa á falência.

 


Numa óptica financeira o activo corresponde às aplicações de fundo ou investimento, onde se determina para onde vai o dinheiro. Estes bens e direitos da empresa são financiados quer por capitais próprios, quer por capitais alheios, onde temos a origem de fundos que determina de onde vem o dinheiro.

 

 

 
O capital próprio e o passivo representam afinal as origem de capital, e o activo as respectivas aplicações. As visões empresarial e a financeira são equivalentes, sendo apenas maneiras diferentes de abordar o balanço.
O total das aplicações de fundos iguala a todo o momento o total das origens de fundos, podendo enunciar-se a equação fundamental da contabilidade da seguinte forma:

Text Box: Activo = Passivo + Situação liquida
Activo = capitais alheios + capitais próprios
Aplicações de fundos = origem de fundos
    


 

Elementos do balanço

 


a) Elementos do 1º membro do balanço (activo):

  

-         Imobilizado:  está associado a bens parados que não podem mexer.

§         Imobilizações incorpóreas: são aplicações de carácter permanente em activos intangíveis (ex.: despesas de instalação);

§         Imobilizações corpóreas: são aplicações de carácter permanente em activos tangíveis (ex.: terrenos, equipamento);

§         Investimentos financeiros: são aplicações de carácter em activos para rendimento (ex.: compra de acções);

-         Circulante:

§          Existências – bens armazenáveis adquiridos ou produzidos pela empresa e que se destinam à venda ou ao consumo (ex.: cimento, tijolo);

§         Dívidas de terceiros a médio e longo prazo – dívidas de terceiros, cuja liquidação se verificará a mais de um ano da data de balanço;

§         Dívidas de terceiros a curto prazo – dividas de clientes, empresas de grupo, fornecedores, estado, que se liquidem a menos de um ano de vista à data do balanço (30 dias).

§         Títulos negociáveis – aplicações financeiras de curto prazo (acções ou obrigações);

§         Depósitos bancários e caixa – meios líquidos (dinheiro) em poder da empresa (caixa) ou à ordem em instituições de crédito.

-         Acréscimos e diferimentos:

Serve para aplicar na prática o princípio da especialização dos exercícios consagrados no POC (Plano Oficial de Contas). Assim regista-se no activo as seguintes contas:

§         Acréscimo dos proveitos – reconhecer os proveitos no exercício, ainda que a sua receita só venha a obter-se no exercício posterior;

§         Custos diferidos – despesas realizadas no ano, mas os custos só vão ser reconhecidos nos exercícios seguintes.

b) Elementos do 2º membro do balanço (passivo):

 

-         Capital próprio: capital fornecido pelos sócios ou sócios ou accionistas acumulado com a riqueza criada pela própria empresa.

-         Passivo:

§         Provisões para riscos e encargos – responsabilidades derivadas de riscos de natureza especifica e provável, de montante incerto (ex.: pensões de reforma, garantia a clientes);

§         Dividas a terceiros a médio e longo prazo – dividas a terceiros cuja liquidação é feita a mais de um ano da datado balanço.

§         Dividas a terceiros a curto prazo – dividas a terceiros cuja a liquidação é feita a mais de um ano da data do balanço.

-         Acréscimos e diferimentos

§         Acréscimo de custos – reconhecimento dos custos no exercício ainda que a despesa só venha a ocorrer no exercício ou exercícios seguintes;

§         Proveitos diferidos – receitas no exercício cujo proveito só deva ser reconhecido nos exercícios seguintes.


   

Demonstração de resultados líquidos

            Enquanto que o balanço é um documento que representa a situação financeira da empresa numa determinada data, a demonstração de resultados líquidos evidencia a formação dos resultados (lucros ou prejuízos) num determinado período (entre dois balanços). É um documento de avaliação do desempenho económico no referido período. Avalia-se, através dele, a rentabilidade das vendas, a rendibilidade dos capitais investidos  representados no balanço, em suma, a eficiência económica.

            O POC apresenta duas formas de elaboração da demonstração de resultados:

§         Demonstração de resultados por natureza: Neste tópico distinguem-se resultados operacionais de resultados financeiros.
Os resultados operacionais englobam os proveitos e custos que respeitam à actividade principal da empresa (ex.: a exploração), enquanto que para os resultados financeiros se consideram os proveitos de aplicações de capital e os custos dos financiamentos, bem como ganhos ou perdas resultantes de aplicações financeiras.

§         Demonstração de resultados por funções: Os custos proveitos são agregados por funções, evidenciando os custos das funções clássicas da empresa – produção, distribuição, administrativa e financeira.




Ciclos financeiros de uma empresa

 

A análise financeira moderna preocupa-se mais com o equilíbrio funcional das origens e aplicações, pelo que passou a designar-se por análise funcional.

O balanço funcional procura “fotografar”, em determinada data, as aplicações e recursos relacionados com os ciclos financeiros da empresa. Por ciclos financeiros entende-se a resultante financeira das decisões tomadas na empresa aos diferentes níveis – estratégico, operacional, financeiro. Os ciclos financeiros classificam-se em:

§         Ciclo de investimento: é realizado ao nível estratégico, englobando um conjunto de actividades e decisões respeitantes à análise e selecção de investimentos ou desinvestimentos. As operações efectuadas neste ciclo conduzem ao volume de imobilizações com que a empresa funciona.

§         Ciclo de exploração: realizado ao nível operacional, corresponde às actividades e decisões no âmbito dos aprovisionamentos, produção e comercialização. As operações efectuadas neste ciclo conduzem aos consumos e obtenção de recursos da empresa a que vão corresponder os custos e proveitos na demonstração de resultados. No balanço, provoca necessidades de recursos para financiar clientes e exigências, obtendo automaticamente alguns recursos como seja o crédito de fornecedores.

§         Ciclo das operações financeiras: efectuado ao nível financeiro. Corresponde às actividades de obtenção de fundos adequados aos investimentos e às necessidades de financiamento do ciclo de exploração. No ciclo das operações financeiras distinguem-se ainda os ciclos de operações de capital e operações de tesouraria. As operações de capital visam obter os fundos estáveis para o financiamento dos activos estáveis e gerir de forma optimizada esses fundos. As operações de tesouraria visam gerir as disponibilidades e quase disponibilidades, bem como assegurar a cobertura financeira a curto prazo no caso de insuficiência dessas disponibilidades.

 

 


 

Técnica base da análise financeira: método dos rácios

 

Quando são analisadas  as questões financeiras de uma empresa, facilmente se fica espantado pelo volume de informação disponível para análise. Por esta razão muitos analistas recorrem aos rácios para os ajudar na tarefa. É uma técnica muito utilizada pela análise financeira consiste medir a capacidade que uma empresa tem de se autofinanciar, de manter uma certa autonomia financeira: é um instrumento de apoio para sintetizar uma quantidade abundante de dados e comparar o desempenho económico financeiro das empresas e a sua evolução no tempo. Ajudam a fazer as perguntas certas mas não fornecem as respostas. Este é um método da preferencia dos bancos e empresas especializadas na venda de informações de índole comercial e financeira.

A performance de uma empresa não deverá ser avaliada num ambiente fechado, mas, ao invés, deverá ser comparada com outras empresas que operem na mesma área, de modo a verificar significativas variações do performance padrão. Entretanto dever-se-á ser cuidadoso nos testemunhos de empresas estrangeiras, uma vez que as mediadas financeiras aplicadas poderão ser variar entre países.
A análise financeira só tem sentido se tiver alguma base de comparação. Poder-se-ão construir inúmeros rácios, mas a sua utilização vai depender  sobretudo dos objectivos da análise: qual a natureza dos fenómenos que pretende revelar ou medir, que fontes de informação se irão utilizar, etc. Poderão construir-se sobre diferentes fontes, a começar pelos documentos contabilísticos históricos da empresa, os orçamentos, as médias e medianas do sector, a média de uma amostra de empresas representativas, o concorrente mais importante da industria, etc.

Outra fonte de informação importante são as centrais de balanços. Estes estão cada vez mais vulgarizados e conhecidos pela publicação de dados das denominadas centrais de balanços (BPA, BPSM, Dun & Bradstreet e Banco de Portugal). Também os jornais e revistas, ao publicarem cadernos especiais sob o titulo “AS 1000 maiores empresas”, ou outro semelhante, têm vindo a contribuir para essa vulgarização. O BPA que iniciou a publicação de rácios por sector é uma fonte a não esquecer. Outros bancos têm também as suas base de dados. Uma importante iniciativa neste domínio é a do Banco de Portugal, com um número interessante de empresas e com informação de todos os sectores de actividade, segmentando dentro de cada sector, sempre que possível, por Dimensão (grandes e pequenas empresas) e por  Subsector ou Segmento de actividade. Conhecendo-se as médias de cada rácio por sector e o seu desvio padrão ou quartis é fácil de compreender o posicionamento da empresa no sector.

Ainda outra fonte possível são os relatórios de contas das empresas concorrentes onde, normalmente, para além dos dados financeiros, há referências qualitativas à forma de gestão e ao alcance dos objectivos. Note-se que uma alternativa a esta fonte são os apêndices do Diário da República, III Série, publicados em Julho e Novembro de cada ano, no qual as Sociedades Anónimas e Empresas Públicas são obrigadas a inserir os seus Balanços, Demonstração de Resultados e Anexos ao Balanço. Esta é uma fonte extremamente importante porque permite comparações com os concorrentes mais próximos, no domínio da estratégia e consequente desempenho  operacional e financeiro.

Portanto, dependendo da origem da informação segundo qual o rácio é calculado, poderá ser agrupado do seguinte modo: rácios efectivos ou reais são extraídos dos documentos financeiros históricos e das estatísticas com dados realizados de uma determinada empresa; rácios orçamentais são calculados a partir dos orçamentos de uma dada empresa; rácios do sector são apurados a partir das centrais de balanços com um números representativo de empresas do sector ou segmento de actividade; rácios ideais são definidos pelos gestores e analistas em função do conhecimento que têm do sector e da empresa em questão, considerando uma gestão racionalizada.

Não se deve ficar por utilizar um único termo de comparação. Os analistas financeiros procuram diversificar as fontes de informação, enriquecendo assim a análise. Procuram também relacionar a evolução de diversos rácios, comparando-os entre si. É necessário, para isso, seleccionar os rácios a utilizar evitando a escolha de rácios com grande grau de correlação entre si.

Além de tudo, um bom analista financeiro sabe que deve ter um conhecimento razoável do negócio em que a empresa actua, para poder tirar conclusões através desta análise de rácios.


 

 

Conclusões:

A secção financeira de um plano de negócios é realizado no final, assim que toda a informação acerca de custos e de potenciais rendimentos anuais sejam compilados. A quantidade e tipo de informação financeira necessária para o plano de negócios depende em grande parte da fase de desenvolvimento que a empresa se encontra e dos seus objectivos e estratégias de negócios. Quanto mais madura estiver a empresa, mais serão os documentos contabilístico históricos disponíveis, esperando-se que os documentos financeiros estejam o mais completos possível. Para uma companhia á procura de financiamento, o plano deverá descrever em termos gerais o tipo e a quantidade de fundos pedidos.
Os investidores querem saber qual o que ganharão em troca do seu investimento. A diferentes investidores correspondem diferentes objectivos. Benefícios que serão aceitáveis para algumas instituições de topo poderão não interessar a capitalistas empresariais ou investidores privados em apostar nessa empresa. Geralmente um capitalista empresarial quer liquidar o seu investimento num razoável período de tempo, enquanto que instituições de topo poderão requerer uma relação a longo termo.
O plano financeiro utilizado num plano de negócios é essencial para qualquer que seja a empresa. O processo de análise e previsão de custos, permite aos executivos detectar perdas e oportunidades mais cedo do que alguma vez poderiam detectar utilizando outros meios.
A análise financeira é o núcleo de da secção da informação financeira do plano de negócios. Apresentam os resultados passados da empresa, e definem previsões para o futuro. Para uma empresa que procura financiamento, os possíveis investidores quererão ver o Balanço, fluxos monetários e fundos dos 3 anos passados, e ainda o Balanço, fluxos monetários e fundos previstos para os próximos 5 anos. Para novas empresa que procuram capital, previsão de vendas com informação sobre custo de operações, venda e custos administrativos, e fluxos monetários (cash flow), as informações financeiras serão suficientes (noutras situação será necessária informação adicional).
Para preparar um bom plano de negócios é necessário elaborar uma boa análise financeira, de modo a preparar um bom plano financeiro e/ou contabilístico.

   


 

Referências:

  •   Neves, João Carvalho das; Análise financeira – métodos e técnicas; Texto Editora, 6ª edição

  • Deloitte & Touche LLP; Writing an effective business plan; 4ª edição; 2003

Outras referências:


Elaborado por
:

Hugo Manuel Andrade Pereira

Departamento de Engenharia Informática

Faculdade de Ciências e Tecnologia

Universidade de Coimbra

3030 Coimbra

Portugal

hmanuel@student.dei.uc.pt

 

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Gestão de Empresas

2002/2003