[Temas de Gestão]
 
Crafting strategy por Henry Mintzberg 

Resumo feito por 
Elson Mourão 
Paulo Ferro 
Paulo Marcelino 
(alunos do DEI). 
 

 
 
 
 
Indice
# Crafting Strategy 
# Strategic Learning 
# Grass-Roots Strategy 
# Quantum Leaps 
# Cycles of Change 
# Manage Stability 
# Detect Discontinuity 
# Know the Business 
# Manage Patterns 
# Reconcile Change and Continuity 
# Conclusão
 
 
Crafting Strategy
Imaginem alguém que planeia estratégia, pensa-se logo num gestor ou grupo de gestores planeando percursos e acções de uma certa empresa que mais tarde irão ser aplicados por subordinados como se se tratasse de uma agenda, Analisam os concorrentes e o mercado, as potencialidades da empresa, combinam tudo e nasce uma estratégia. 

Agora, alguém que molda estratégia. É completamente diferente de mecanização. Tem a haver com jeito, dedicação e perfeição. A estratégia nasce do envolvimento e não tanto do pensamento com antecedência. A experiência com os materiais faz com que já se conheçam bem e daí advém mais sentimento e harmonia.   

A tese que Henry Mintzberg defende é simplesmente a de que o que acontece com a estratégia é que é realmente moldada e não planeada, como se pensa.   

Vamos usar um oleiro (organização de um elemento) para comparar os dois tipos de estratégia, tão diferentes.   

No trabalho um oleiro centra a sua atenção no barro mas também nas suas experiências anteriores, baseando-se nas mesmas para realizar as actuais. Como um artesão, sente mais do que analisa cada facto, tem um conhecimento mais íntimo do seu trabalho, capacidades e mercado.   

Tudo isto percorre a mentedo oleiro enquanto ele molda o barro. Surge então uma peça que tem parecenças com peças do passado mas em qualquer altura do trabalho pode seguir um caminho diferente e assim nascer um produto diferente.   

A essência da estratégia moldada é a de que se um gestor tiver um conhecimento íntimo dos materiais, então poderá ser um artesão. 
 

"Estratégia é ao mesmo tempo planos para o futuro e padrões do passado."
Mintzberg 
Se se perguntar a uma pessoa o que é estratégia, ela definirá como sendo algo que se planeia de algum modo para o futuro, mas se lhe for perguntado qual a estratégia que certa organização segue, ela baseia-se em factos passados. Ou seja, definem de uma maneira e usam de outra.   

É usada para explicar caminhos passados e para descrever caminhos pretendidos no futuro.   

Tal como um plano não resulta necessariamente num padrão, também um padrão pode não resultar de um plano.   

Por exemplo, o oleiro faz um certo tipo de objectos e derrepente muda para outros formando assim dois padrões.   

É claro que também conseguimos visualizar vários padrões nas grandes organizações, isto porque o oleiro tem mais facilidade em alterar o tipo de objectos do que, por exemplo, a Volkswagenwerk, que tería que proceder a alterações nas linhas de montagem.  

Se pudessemos ler a mente de grandes organizações, como o deveríamos fazer? Teríamos que ler mentes colectivas ou seria apenas a mente do presidente? Como poderíamos saber de onde vem a sua estratégia???   

No modo tradicional de estratégia, quando uma organização altera algo, essa decisão é sempre tomada pelo "BIG BOSS".   

Vemos isto a toda a hora na imprensa, mas percebe-se porquê. Devido à complexidade das grandes organizações, é impossível num pequeno artigo haver referências aos debates e reuniões internas, às várias propostas apresentadas e à quantidade de pessoas envolvidas.   

Tomemos agora como conceito básico a ligação que existe entre pensamento e acção, para que se perceba melhor o que é estratégia.  

Tudo o que sabemos sobre estratégia assenta neste conceito, primeiro pensamos e depois agimos. Como isto parece simples ninguém se apercebe de outros modos de estratégia.   

O oleiro coloca o barro na roda, começa a fazer algo com o dedo e aparece uma forma redonda, vão surgindo ideias e faz-se mais um movimento aqui e ali, finalmente nasce umas nova forma. As acções conduziram a pensar nas possiveis formas. Apareceu uma ESTRATÉGIA EMERGENTE.   

Um vendedor tenta vender um novo. Se esse produto não for da satisfação do publico volta à fase de produção para levar uns retoques, e um novo produto emerge. Mudou a estratégia. Mas nem todos os vendedores têm oportunidade para alterar o seu produto, basta que a sua ideia tenha que subir alguns níveis na estrutura da organização para se atrasar ou mesmo perder. Nem tudo está perdido, as suas ideias podem vir a ser utilizadas mais tarde quando a organização procurar algo novo para mudar a rota de mercado.   

A ideia que se tenta tirar daqui, é que uma estratégia aplicada pode emergir por causa de algo que se passou entretanto, ou pode ser formulada deliberadamente e de seguida aplicada.   

Pode acontecer que o plano de certa estratégia não dê certo, e diz-se logo que os estrategas não foram suficientemente espertos. Mas não é só concebendo melhores estratégias que eles são mais espertos, também o podem ser deixando que as suas estratégias se desenvolvam gradualmente com as acções que vão sendo feitas pela organização.  

Nenhum artesão pensa num dia e trabalha no outro, no entanto grandes organizações tentam separar estas duas funções e depois dificultam o feedback que possa haver.   

Alguém dos níveis mais baixos pode ter ideias, porque por vezes está mais relacionado com o assunto, mas não as pode utilizar porque precisam de passar por quem as possa por em prática. Isto explica porque é que muita coisa falha nos negócios.   

Chama-se estratégia em Mcgill àquelas que aparecem sem intenções demarcadas e que convergem para padrões, claro que podem vir a ser deliberadas se o objectivo for reconhecido, mas só após o objectivo ter sido alcançado.   

Apesar de isto parecer estranho continua-se a investigar este campo para aprender mais sobre estratégia. 

 
 
Strategic Learning
Tudo isto pode parecer estranho. Estratégias que emergem. Gestores que reconhecem estratégias depois de estas se formarem.   

Mas isto tem uma justificação: aprendizagem. Estrategia puramente deliberada impede a aprendizagem. Enquanto que estrategia emergente incentiva a aprendizagem.  

Oleiro: começa a fazer uma escultura. Não fica bem como ele quer. Arredonda de um lado espalma do outro… Faz uma peça outra e outra até que fica como ele quer. Isto pode durar horas,dias,meses ou até anos. Mas surgiu uma nova estratégia.  

Na prática não podemos deixar tudo ao acaso e esperar por um milagre. 

Assim juntamos as duas vertentes: 
 
  • Estratégia emergente: Aprender. 
  • Estratégia Deliberada: Controlar.
  • Estratégia Efectiva: Estratégia já formada. Pode não ter sido intencional mas foi o que ficou no fim.
Surge de: 1 erro, Falta de material, ...
Exemplo:  
NFB   
1952 TV   
Gestores não querem entrar na TV  
1 produtor faz uma série   
Outros seguem  
NFB entra na TV  
Emergente para os gestores   
Deliberada para os produtores.
HONDA  
América- Motas   
Muitos Erros   
Gestores de mota. Recolhem opiniões.
 
 
Grass-Roots Strategy
Todas estas estratégias existem em todo o lado numa empresa.São como ervas daninhas num jardim.   
Tornam-se organizacionais quando se tornarem colectivas.Pelo estudo da McGill eles apresentam algumas:  

Estratégia do Chapéu de chuva.

Gestores de topo dão linhas de orientação.   
Produtos Hi-Tec   
ou Produtos + rentáveis 
As especificações ficam para os níveis + baixos.   
Deliberada e emergente.  
Deliberadamente se provoca a emergência. 

Estratégia de Processo

A gestão só se preocupa com a estrutura de formação da estratégia. 
Staff   
Procedimentos   
…. 
conteúdo não é com eles.  
Funciona com empresas que exigem criativdade Ex.:NFB
 
 
Quantum Leaps
A maneira convencional de ver a estratégia, dada pela literatura de planeamento diz que a mudança deve ser continua.   

Irónico: O conceito de estratégia por eles dado implica estabilidade.   
Sem estabilidade não há estratégia não há planos para o futuro nem padrões do passado.  
O Facto de haver uma estratégia impede a mudança.  

Dilema: promover a mudança  

É preciso intercalar as duas, como?
O estudo provou que grandes mudanças ocorrem raramente. Porque a estratégia está sempre a levar pequenas alterações.  

Exemplo:   

Steinberg Inc. - Cadeia Supermercados 
Em 60 anos 2 leaps:  
Self-Service: 1933   
Introdução de Shoppings e Financiamento ao público: 1953 
VolkswagenWerk 
Apaixonada pelo carocha 1940-1970  
Esqueceu 2 mudanças no mercado 1950, 1960   
Em 1970 contriram modelos tipo Audi
O estudo demonstrou que isto acontece principalmente em grandes empresas. Chamaram-lhe Quantum Theory of Strategic Change.   

Mas onde estão as ervas daninhas?   

Esta teoria explica isso: Todas estas ervas existem no quintal. Quando se dá a mudança a(s) melhore(s) são aplicadas.   

Estas reorientações chegam a ser mudanças culturais

 
 
Cycles of Change
Este tipo de estratégia aplica-se normalmente em organizações + criativasex. empresas de marketing, produtoras de filmes, etc.).  : (por  

As empresas devem procurar novos rumos de tempos a tempos (período de divergência), após esses períodos de aparente caos devem estabilizar (período de convergência numa dada estratégia).  

Exemplo:   
A National Film Board (N.F.B.) 
  
  • Produziu filmes durante os anos 40 para ajudar o esforço da Guerra. O final da Guerra levou a um período de divergência.   
  • Aparecimento da televisao nos anos 50, deu estabilidade mas por pouco tempo, levando a um novo período de divergência.  
  • As mudanças sociais dos anos 60, fizeram com que se dedicasse a produção de filmes experimentais e sobre a sociedade. 
É importante dizer que, pode ser prejudicial para a organização:   
  • A mistura dos períodos de convergência com divergência   
  • Obsessão em torno de uma delas ( mudança ou estabilidade ).
 
 
Manage Stability
A empresa deve é tentar gerir a estabilidade e não a mudança !!!   
 
  • Em vez de promoverem a mudança devem é tentar seguir a estratégia que já existe na organização.   
  • O processo de planeamento estratégico não significa criar a estratégia mas sim programá-la. Criar estratégias através do planeamento leva a que se copiem as estratégias já existentes de outro concorrente.   
  • Emergindo as estratégias as coisas surgem naturalmente, acabando por ser um produto único !!!  
  • Apesar disso os planeadores têm papel fundamental no produto final, visto que são aqueles que fornecem a informação essencial (Objectivos, etc…) 
 
 
Detect Discontinuity
Outra coisa muito importante é detectar a descontinuidade:   
  • O verdadeiro desafio está em determinar as descontinuidades dentro da organização que podem ser importantes no futuro (normalmente são inesperadas e irregulares).   
  • Só podem ser lidadas por aqueles que conhecem bem os padrões da organização e capazes de detectar quebras nesses padrões.  
  • Habilidade para saber como agir perante a descontinuidade é a essência da gestão estratégica. (Implica mais visão e envolvimento dentro da organização).
 
 
Know the Business
O envolvimento dentro da organização é importante:   

(Saber o merchandise, o custo dos produtos, saber vender, conhecer os clientes, etc.)   

  • O conhecimento obtido deste modo é algo pessoal, íntimo. 
Os factos estão disponíveis isto não.  
  • Trata-se de sabedoria que hoje se perdeu devido à distancia cada vez maior que separa os líderes dos detalhes das operações.  
  • Tendo uma visão periférica da organização o gestor detecta e tira melhor vantagem dos acontecimentos, perante os concorrentes.
 
 
Manage patterns
A habilidade para detectar padrões emergentes e ajudá-los a tomar forma é a chave para gerir a estratégia:   
  • Cortar as estratégias que não interessam, mas deve-se esperar que algumas manifestem os seus efeitos antes de tomar uma decisão.   
  • Se a estratégia for útil, então aplica-se deliberadamente na estratégia formal, mesmo que seja preciso deslocar o "Strategic Umbrella" para a englobar.   
  • Gerir acaba por ser criar o clima para que as estratégias possam emergir.  
Pode ser necessário, em organizações + complexas:   
  • criar estruturas flexíveis   
  • contratar pessoal com criatividade  
  • definir "Umbrella strategies", etc
 
 
Reconcile Change and Continuity
Portanto o gestor acaba por ser um reconhecedor de padrões  

Como tal deve saber quando desenvolver uma estratégia já estabelecida (defendendo a convergência-estabilidade) e quando procurar novos padrões-estratégias (defendendo a divergência-mudança)  

Deste modo, o gestor não pode estar obsecado com:   

  • a mudança ou estabilidade, pois isso pode ser prejudicial para a organização (como vimos nos ciclos de mudança).
 
 
Conclusão
Usando este tipo de estratégia não implica que não se deva usar a estratégia formal, mas sim conciliar as duas.  

Além disso, as organizações para puderem gerir o futuro ( saber que decisões a tomar, etc. ) devem ter noção do que fizeram no passado. 

 
 
 
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