Crafting strategy | por
Henry Mintzberg
Resumo feito por
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Crafting
Strategy
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Imaginem alguém
que planeia estratégia, pensa-se logo num gestor ou grupo de gestores
planeando percursos e acções de uma certa empresa que mais
tarde irão ser aplicados por subordinados como se se tratasse de
uma agenda, Analisam os concorrentes e o mercado, as potencialidades da
empresa, combinam tudo e nasce uma estratégia.
Agora, alguém que molda estratégia. É completamente diferente de mecanização. Tem a haver com jeito, dedicação e perfeição. A estratégia nasce do envolvimento e não tanto do pensamento com antecedência. A experiência com os materiais faz com que já se conheçam bem e daí advém mais sentimento e harmonia. A tese que Henry Mintzberg defende é simplesmente a de que o que acontece com a estratégia é que é realmente moldada e não planeada, como se pensa. Vamos usar um oleiro (organização de um elemento) para comparar os dois tipos de estratégia, tão diferentes. No trabalho um oleiro centra a sua atenção no barro mas também nas suas experiências anteriores, baseando-se nas mesmas para realizar as actuais. Como um artesão, sente mais do que analisa cada facto, tem um conhecimento mais íntimo do seu trabalho, capacidades e mercado. Tudo isto percorre a mentedo oleiro enquanto ele molda o barro. Surge então uma peça que tem parecenças com peças do passado mas em qualquer altura do trabalho pode seguir um caminho diferente e assim nascer um produto diferente. A essência da estratégia
moldada é a de que se um gestor tiver um conhecimento íntimo
dos materiais, então poderá ser um artesão.
"Estratégia é
ao mesmo tempo planos para o futuro e padrões do passado."
Mintzberg
Se se perguntar a uma pessoa o que é
estratégia, ela definirá como sendo algo que se planeia de
algum modo para o futuro, mas se lhe for perguntado qual a estratégia
que certa organização segue, ela baseia-se em factos passados.
Ou seja, definem de uma maneira e usam de outra.
É usada para explicar caminhos passados e para descrever caminhos pretendidos no futuro. Tal como um plano não resulta necessariamente num padrão, também um padrão pode não resultar de um plano. Por exemplo, o oleiro faz um certo tipo de objectos e derrepente muda para outros formando assim dois padrões. É claro que também conseguimos visualizar vários padrões nas grandes organizações, isto porque o oleiro tem mais facilidade em alterar o tipo de objectos do que, por exemplo, a Volkswagenwerk, que tería que proceder a alterações nas linhas de montagem. Se pudessemos ler a mente de grandes organizações, como o deveríamos fazer? Teríamos que ler mentes colectivas ou seria apenas a mente do presidente? Como poderíamos saber de onde vem a sua estratégia??? No modo tradicional de estratégia, quando uma organização altera algo, essa decisão é sempre tomada pelo "BIG BOSS". Vemos isto a toda a hora na imprensa, mas percebe-se porquê. Devido à complexidade das grandes organizações, é impossível num pequeno artigo haver referências aos debates e reuniões internas, às várias propostas apresentadas e à quantidade de pessoas envolvidas. Tomemos agora como conceito básico a ligação que existe entre pensamento e acção, para que se perceba melhor o que é estratégia. Tudo o que sabemos sobre estratégia assenta neste conceito, primeiro pensamos e depois agimos. Como isto parece simples ninguém se apercebe de outros modos de estratégia. O oleiro coloca o barro na roda, começa a fazer algo com o dedo e aparece uma forma redonda, vão surgindo ideias e faz-se mais um movimento aqui e ali, finalmente nasce umas nova forma. As acções conduziram a pensar nas possiveis formas. Apareceu uma ESTRATÉGIA EMERGENTE. Um vendedor tenta vender um novo. Se esse produto não for da satisfação do publico volta à fase de produção para levar uns retoques, e um novo produto emerge. Mudou a estratégia. Mas nem todos os vendedores têm oportunidade para alterar o seu produto, basta que a sua ideia tenha que subir alguns níveis na estrutura da organização para se atrasar ou mesmo perder. Nem tudo está perdido, as suas ideias podem vir a ser utilizadas mais tarde quando a organização procurar algo novo para mudar a rota de mercado. A ideia que se tenta tirar daqui, é que uma estratégia aplicada pode emergir por causa de algo que se passou entretanto, ou pode ser formulada deliberadamente e de seguida aplicada. Pode acontecer que o plano de certa estratégia não dê certo, e diz-se logo que os estrategas não foram suficientemente espertos. Mas não é só concebendo melhores estratégias que eles são mais espertos, também o podem ser deixando que as suas estratégias se desenvolvam gradualmente com as acções que vão sendo feitas pela organização. Nenhum artesão pensa num dia e trabalha no outro, no entanto grandes organizações tentam separar estas duas funções e depois dificultam o feedback que possa haver. Alguém dos níveis mais baixos pode ter ideias, porque por vezes está mais relacionado com o assunto, mas não as pode utilizar porque precisam de passar por quem as possa por em prática. Isto explica porque é que muita coisa falha nos negócios. Chama-se estratégia em Mcgill àquelas que aparecem sem intenções demarcadas e que convergem para padrões, claro que podem vir a ser deliberadas se o objectivo for reconhecido, mas só após o objectivo ter sido alcançado. Apesar de isto parecer estranho continua-se a investigar este campo para aprender mais sobre estratégia. |
Strategic
Learning
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Tudo isto
pode parecer estranho. Estratégias que emergem. Gestores que
reconhecem estratégias depois de estas se formarem.
Mas isto tem uma justificação: aprendizagem. Estrategia puramente deliberada impede a aprendizagem. Enquanto que estrategia emergente incentiva a aprendizagem. Oleiro: começa a fazer uma escultura. Não fica bem como ele quer. Arredonda de um lado espalma do outro… Faz uma peça outra e outra até que fica como ele quer. Isto pode durar horas,dias,meses ou até anos. Mas surgiu uma nova estratégia. Na prática não podemos deixar tudo ao acaso e esperar por um milagre.
Exemplo: NFB1952 TVHONDA |
Grass-Roots
Strategy
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Todas estas
estratégias existem em todo o lado numa empresa.São como
ervas daninhas num jardim.
Tornam-se organizacionais quando se tornarem colectivas.Pelo estudo da McGill eles apresentam algumas: Estratégia do Chapéu de chuva.Gestores de topo dão linhas de orientação.Produtos Hi-TecAs especificações ficam para os níveis + baixos. Estratégia de ProcessoA gestão só se preocupa com a estrutura de formação da estratégia. Staff conteúdo não é com eles. |
Quantum
Leaps
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A maneira
convencional de ver a estratégia, dada pela literatura de planeamento
diz que a mudança deve ser continua.
Irónico: O conceito de
estratégia por eles dado implica estabilidade.
Dilema: promover a mudança É preciso intercalar as duas, como?O estudo provou que grandes mudanças ocorrem raramente. Porque a estratégia está sempre a levar pequenas alterações. Exemplo: Steinberg Inc. - Cadeia Supermercados Em 60 anos 2 leaps: VolkswagenWerk O estudo demonstrou que isto acontece principalmente em grandes empresas. Chamaram-lhe Quantum Theory of Strategic Change.Apaixonada pelo carocha 1940-1970 Mas onde estão as ervas daninhas? Esta teoria explica isso: Todas estas ervas existem no quintal. Quando se dá a mudança a(s) melhore(s) são aplicadas. Estas reorientações chegam a ser mudanças culturais |
Cycles
of Change
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Este tipo de
estratégia aplica-se normalmente em organizações
+ criativasex. empresas de marketing, produtoras de filmes, etc.).
: (por
As empresas devem procurar novos rumos de tempos a tempos (período de divergência), após esses períodos de aparente caos devem estabilizar (período de convergência numa dada estratégia). Exemplo:A National Film Board (N.F.B.)É importante dizer que, pode ser prejudicial para a organização: |
Manage
Stability
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A empresa
deve é tentar gerir a estabilidade e não
a mudança !!!
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Detect
Discontinuity
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Outra
coisa muito importante é detectar a descontinuidade:
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Know
the Business
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O envolvimento
dentro da organização é importante:
(Saber o merchandise, o custo dos produtos, saber vender, conhecer os clientes, etc.)
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Manage
patterns
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A habilidade
para detectar padrões emergentes e ajudá-los a tomar
forma é a chave para gerir a estratégia:
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Reconcile
Change and Continuity
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Portanto o
gestor acaba por ser um reconhecedor de padrões:
Como tal deve saber quando desenvolver uma estratégia já estabelecida (defendendo a convergência-estabilidade) e quando procurar novos padrões-estratégias (defendendo a divergência-mudança) Deste modo, o gestor não pode estar obsecado com:
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Conclusão
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Usando
este tipo de estratégia não implica que não
se deva usar a estratégia formal, mas sim conciliar
as duas.
Além disso, as organizações para puderem gerir o futuro ( saber que decisões a tomar, etc. ) devem ter noção do que fizeram no passado. |