de N. Henze e W. Nejdl
Resumo por Ana Luísa Neves
Este artigo relata a experiência vivida no seio da Universidade de Hannover (Alemanha) que pretendia utilizar a Web como forma de, não só reproduzir os tradicionais meios de ensino, como também, e principalmente, encontrar formas de os superar.
Os autores defendem uma ideia que atribuem a [Fishman, 1991] e que diz que os elementos críticos em ambientes construtivistas de aprendizagem são a especificação e o uso de actividades autênticas e complexas durante o processo de aprendizagem. A ideia de criar pequenas tarefas simples de forma a ensinar ou introduzir conceitos específicos deixa de ter sentido quando os autores defendem que é necessário tentar recriar ao máximo a complexidade do mundo exterior e dos problemas que nele se colocam. É preciso não esquecer que as pessoas que tentam aprender, são pessoas que sentem essa necessidade por forma a ultrapassar as dificuldades reais com que se deparam no dia-a-dia. Assim, há que tentar criar tarefas que se assemelhem, em complexidade e conteúdo, tanto quanto possível ao que se encontra no mundo real.
De seguida, e não perdendo de vista esta ideia, o artigo apresenta cinco formas diferentes de aproximar o ensino através de actividades baseadas em projectos (Project-Based Learning Approaches):
· Simulation-Based Learning by Doing - são criadas simulações que permitem ao aluno, e com a ajuda do professor, chegar aos conhecimentos pretendidos
· Incidental Learning - embora haja um conjunto de conhecimento a adquirir, os alunos têm liberdade para aprenderem aquilo que mais lhe interessa e que está fortemente relacionado com os conhecimentos prévios que possuem;
· Learning by Reflection - os estudantes são levados a reflectir sobre determinados problemas e sobre as suas diferentes soluções (pensadas, por exemplo, por outras pessoas)
· Case-Based Teaching - são criados casos para discussão. Estes casos poderão servir, bem como as suas conclusões, para discussão futura por outros estudantes;
· Learning by Exploring - os estudantes são incentivados a procurar informação por sua conta.
Depois disto, segue-se um ponto em que se referem os Goal-Based Scenarios. Estes são cenários criados tendo em conta as suas características do mundo real, bem como os pontos necessários para a sua realização e para a aquisição dos conhecimentos pretendidos. Os professores assumem aqui o papel de responderem, tão breve quanto possível, às questões colocadas enquanto que os alunos tentam chegar a soluções discutindo os cenários em pequenos grupos de trabalho. Para a realização deste tipo de tarefas, os alunos têm à sua disposição uma base de conhecimento sobre o assunto. Esta base de conhecimento contem material de estudo, centrado em torno de casos, completo com soluções, informação adicional, conhecimento e estratégias para resolução de problemas. Tanto alunos como professores constroem esta base de conhecimento.
Ainda neste ponto, os autores referem as propriedades que caracterizam a Web e que facilitam a realização deste tipo de aproximações (Goal-Based Scenarios):
· Disponibilidade do ambiente de trabalho e capacidade de comunicação
· Aprendizagem orientada a grupos
· Guia individual (Personal mentoring)
· Acesso distribuído e a qualquer hora à base de conhecimento
· Bases de conhecimento adaptativas
· Bases de conhecimento extensíveis
O resto do artigo dá uma aprofundada visão sobre a forma como a Universidade que acolhe os autores explora estas ideias bem como explica a tecnologia utilizada para suporte destas funções.
No final, os autores fazem uma avaliação da experiência, nomeadamente sobre a frequência com que os professores eram contactados para esclarecimento de dúvidas e sobre a forma como esse contacto era feito (pessoalmente ou via e-mail).