A Web-Based Model for University Instruction

de Philip Duchastel

Resumo por Ana Luísa Neves


Há já algum tempo que se pensa poder utilizar a Web como forma de ensino à distância. Porém, e embora alguns esforços tenham sido levados a cabo, pecam, quase todos eles, por não explorarem as reais potencialidades do meio e se restringirem às tradicionais técnicas de ensino.

Um dos grandes obstáculos a ultrapassar é a tradição que sempre se encontrou associada ao ensino universitário. Um outro obstáculo é a resistência oferecidae por todos aqueles que sentem serem vítimas da mudança de papéis a que se assiste. Este é o caso dos professores, por exemplo, que vêem a sua sabedoria ser preterida em favor da informação disponibilizada na Web.

Este artigo refere os quatro requisitos para a aprendizagem como sendo:

· informação - a base da aprendizagem; aquilo que se tenta transformar em conhecimento;

· interactividade - comunicação entre quem estuda e o meio usado para a aprendizagem;

· estrutura - o que proporciona o foco para o esforço do processo de aprendizagem;

· comunicação - oferece o cenário social para facilitar o intercâmbio entre a identificação pessoal e a motivação.

O artigo oferece ainda a oposição do novo modelo de ensino possibilitado pela Web e a aproximação tradicional, falando em pormenor dos pontos do ensino desejado:

· Especificar objectivos a alcançar
Como há muita informação disponível não se admite que se diga aos alunos o que ler mas que se lhes indiquem os objectivos a atingir. Permitir que os alunos explorem a informação com esses objectivos em mente dá-lhes a oportunidade de se debruçarem nas áreas que mais lhes agradam e tornarem-se seus verdadeiros conhecedores.

· Aceitar a diversidade de resultados
Com a liberdade ganha para explorar à-vontade, é necessário que lhes seja igualmente dada liberdade para aprenderem aquilo que mais lhes agrada e não aquilo que um professor julga fundamental (e que poderá parecer secundário a um outro professor).

· Pedir produção de conhecimento
A quantidade imensa de informação existente e que, não se encaixando, deixa geralmente grandes fossos entre si, vai certamente impulsionar mais procuras emais curiosidade, ambos geradores de conhecimento.

· Avaliar ao nível da tarefa
A diversidade do material produzido deve ser encorajada. Ha´que motivar os alunos para a geração de conhecimento e a sua rápida aplicação a tarefas práticas, de forma a ser consolidado e a ser visto como útil.

· Construir equipes de aprendizagem
Dada a motivação acrescida para a produção e aplicação do conhecimento e dada a diversidade de interesses existente, parece natural que se pense na criação de equipes que direccionem os seus esforços para esse objectivo. Esta aproximação é a verificada nas empresas que recorrem já a ferramentas de suporte ao trabalho cooperativo.

· Encorajar as comunidades globais
Encorajar a entre-ajuda de todos aqueles que procuram conhecimento sobre um determinado assunto e aqueles que já o possuem, recorrendo às ferramentas disponibilizadas para a unificação da aldeia global.

Tudo isto, segundo o artigo, vem trazer uma mudança de papéis em que o aluno passa a ser o centro do processo de ensino e em que o professor deixa de ser a fonte primária do conhecimento para passar a ser um guia. Além disso, vem também criar mais espaço à iniciativa pessoal e aos gostos individuais.

Por fim, o autor termina sugerindo uma mudança: porque não chamar "ensino sem distância" ao que até aqui se chamava "ensino à distância"?


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